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Com mais de 15 anos de existência, a FGV Social

busca relacionar a pesquisa aplicada ao debate na

sociedade e à implantação de políticas públicas.

Atuando em quatro grandes frentes – Renda e

Bem-estar; Trabalho e Produção; Microfinanças

e Mobilidade; e Desenvolvimento Humano e

Bem-viver –, o centro de estudos contribui para

difusão de conhecimento e desenvolvimento

inclusivo do país.

Entre as pesquisas que desenvolve, a FGV Social

possui um importante projeto que conecta

educação e mercado de trabalho intitulado

“Educação é sinônimo de melhores salários?”,

que tem como intuito mostrar o retorno do

investimento em educação para o indivíduo em

termos pecuniários, além de saber como os jovens

encaram a questão da educação em suas vidas e

qual a demanda por ensino do atual mercado.

Para responder

à

essa pergunta, o centro realiza

estudos desdeo iníciodo século. Em2009, foi criada

a Rede de Estudos deDesenvolvimento Educacional

(REDE), a partir de um projeto submetido ao

Ministério da Educação (MEC). Na ocasião, a FGV

Social coordenou um conjunto de pesquisadores

da FGV para elaboração de trabalhos de pesquisa

aplicada com o objetivo de prover os gestores da

política educacional federal sobre educação básica.

Atualmente, a proposta é dar continuidade a este

esforço encampando algumas novas tendências

da Fundação, como: internacionalização, uso

de tecnologias da comunicação e informação e

matricialidade das ações.

Em primeiro lugar, o projeto visa municiar os

estudantes empotencial com informações sobre os

retornos privados de suas escolhas por qualificação,

por meio de bases de dados interativas geradas

pelas pesquisas em

sites,

onde os jovens podem

calcular suas remunerações de acordo com suas

profissões e formações acadêmicas. Outro objetivo

é servir como apoio, pelo lado da oferta, às tomadas

de decisões pela FGV no setor educacional, alémde

estar alinhado à missão da instituição de promover

o desenvolvimento nacional, fomentando o debate

do impacto de políticas públicas sobre o retorno

social da educação.

As pesquisas ligadas ao projeto estão sendo

atualizadas e aprimoradas ao longo dos anos e já

chegaram a importantes conclusões. Os estudos,

que utilizaram os microdados da Pesquisa Nacional

por Amostra de Domicílios (Pnad), mostraram que

há inúmeras motivações relacionadas à demanda

por educação profissional superior. Em uma

análise sobre os indivíduos com mais de 12 anos

de estudo, somente 37,4% frequentaram o ensino

profissional superior e, desses, 94,5% o concluíram.

Dos que concluíram, 79,5% trabalham em suas

áreas. Dos que não concluíram (5,5%), os motivos

variamdesde falta de oferta (8%), falta de demanda

(66,1%) ou outros motivos (26%). Entre os que não

frequentaram (62,2%), há inúmeras razões, como

falta de oferta (5,4%), falta de dinheiro (4,2%) ou

outros motivos (3,9%). Mas a maioria alega falta de

interesse (86,4%).

Dados também comprovam que quanto mais alto

o nível de educação, maior o salto da renda do

indivíduo. Por exemplo, até o ensinomédio, de zero

a quatro anos de estudo, a renda sobe 8% a cada

ano completado. Já no ensino superior, a renda

aumenta em 21% a cada ano, dependendo da

profissão escolhida. Ou seja, um altíssimo retorno.

Os próximos passos do projeto são a conclusão da

análise do retorno e do comportamento dos alunos

de educação executiva.